CNBB CONVOCA CRISTÃOS PARA EDIFICAÇÃO DE UM PAÍS JUSTO E FRATERNO – Documento 91 da CNBB
A CNBB, propõe a todos nós que “voltemos a sonhar juntos com o País justo, integrado, desenvolvido e honesto que todos queremos”.
Apoiado nos ensinamentos de Jesus e acolhendo a doutrina social da Igreja, propõe uma reforma do Estado com participação democrática.
Diz a CNBB:
“O imperativo de vida plena para todos “EU VIM PARA QUE TODOS TENHAM VIDA E A TENHAM EM ABUNDÂNCIA” (Jo 10,10). Nos obriga a pensar uma resposta eficaz para essa crise que ameaça principalmente os mais fracos e desprotegidos, e estamos convencidos de que ela não pode deixar de ser uma resposta política. Não basta fazer o diagnóstico da atual crise; impõe-se uma tomada de decisão sobre os meios mais justos e eficientes para a sua superação, e esta é uma decisão política, desde as bases locais – comunidades e municípios – até as mais altas esferas de poder. É hora, portanto, de União entre todas as pessoas que continuam a crer no triunfo final da vida sobre a morte, porque assim será possível superar a crise e construir uma sociedade mundial justa e pacífica.”
A CNBB ressalta: “que o debate sobre a reforma do Estado Brasileiro esbarra numa dificuldade inicial: a insatisfação e descrença geral com o atual sistema político. Muita gente vê nas instituições públicas apenas espaços de corporativismo, que só funcionam em favor dos poderosos e, por isso, carecem de credibilidade. A mídia reforça esta imagem negativa das instituições políticas, como se política fosse coisa suja, onde prevalecem pessoas sem ética, e isso não favorece uma educação popular capaz de questionar seus fundamentos. Além disso a corrupção reinante nos vários âmbitos da sociedade, com suas consequências imprevisíveis, enfraquece ainda mais as instituições democráticas”.
Salienta a CNBB: “que o Estado tem entre suas obrigações constitucionais, o dever de assegurar aos seus cidadões e cidadãs um digno piso de condições de vida individual e de bem-estar social. Entretanto, o Estado parece não ter capacidade, enquanto soberania, de fazer frente aos poderes paralelos. Cresce a riqueza mundial em termos absolutos, mas aumentam as desigualdades.”
Destaca a CNBB “que há uma efervescência de grande parte da população que começa a perceber a exigência da participação nos destinos do País, e que os cristãos nada podem desejar mais ardentemente do que prestar serviço aos homens do mundo de hoje, com generosidade sempre maior e mais eficaz”.
A CNBB reprova e diz “ser vergonhoso o agente político que busca privilégios alianças espúrias com aqueles que destroem vida e machucam o rosto humano do necessitado”.
É preciso construir e que o novo não só é possível, mas necessário e urgente.